Apaguem-se as luzes.
Silencie o mundo lá fora.
E que cada olhar se abra para a travessia.


“Entre Luces y Sombras” é um espetáculo de dança flamenca e percussão que mergulha nas profundezas da alma humana, revelando os contrastes que habitam cada um de nós.
Um corpo desperta ao som da percussão primordial.
Dança com a luz, se encanta com o próprio reflexo, se perde nas vontades.
As sombras chegam aos poucos — como dúvida, como desejo, como dor.
E a queda é inevitável.
Por meio de coreografias intensas e ritmos marcantes, a obra conduz o público por uma jornada que vai do desconhecimento à consciência.
No fundo do silêncio, nasce a escuta.
E no escuro, o riso ressurge — sarcástico, teimoso, vivo.
As sombras do passado se movem em passos densos, até que a luz irrompe como esperança e celebração.
O conflito entre forças opostas culmina em uma fusão vibrante, onde o corpo se refaz — mais inteiro, mais consciente, mais verdadeiro.
No universo flamenco — visceral, poético e indomável — luzes e sombras não se enfrentam, mas dançam juntas.
Porque a luz brilha mais forte quando aprendemos a dançar com a própria sombra.

Caña
Das penumbras surgem silhuetas — sombras que respiram e se movem em segredo. As lanternas, pequenas centelhas de consciência, rompem a escuridão e desenham caminhos no ar.
A luz ainda é frágil, vacilante, mas insiste em existir.
Aos poucos, ela desce ao chão e revela os pés — firmes, pulsantes, enraizados no compasso da Caña. É o primeiro despertar do corpo que busca sentido entre o que se esconde e o que se revela.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Angélica de Carvalho, Beatriz Scarlatti, Felipe Mota, Flavia Pascutti, Jaqueline Midori, Karina Gianlourenço, Leonardo Chelegão, Thiago Batista, Victor Machado.

Por una Cabeza
A luz hesita.
Surge a sombra de um homem — uma alma dividida entre o desejo e a razão. Dança sozinho, guiado apenas pelo som do violino que o chama das profundezas da memória.
O amor que o move é também o que o aprisiona.
Quando a música irrompe, a luz se parte — e dela nasce uma figura feminina, intensa, luminosa, trazendo nas castanholas o som do despertar.
Ela é a chama que o arranca da escuridão, mas também o espelho onde ele enxerga suas próprias sombras.
Entre passos de tango e pulsações de bulería, os dois se enfrentam e se fundem: luz e sombra dançando o mesmo corpo, o mesmo destino.
No fim, não há vencedor — apenas o instante em que o claro e o escuro se reconhecem e, juntos, se tornam inteiros.
Coreografia: Armando Gonçalves e Flavia Piquera Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Violino - Lucas Vieira
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Armando Gonçalves e Flavia Piquera

Tangos del Titi
Depois do silêncio e da luta, a luz se espalha como festa.
O compasso dos Tangos chama os corpos de volta à vida — é o instante em que a sombra aprende a sorrir.
Três grupos surgem, cada um trazendo sua própria cor, seu próprio brilho. Dançam, se provocam, se completam.
Aos poucos, as fronteiras se dissolvem, e todos se misturam num mesmo baile — risos, palmas, passos, olhares.
O palco se transforma em celebração: um encontro de luzes humanas, onde o movimento é comunhão e a alegria, resistência.
É o momento em que a dança deixa de ser solidão e se torna partilha — quando, enfim, todos dançam juntos, iluminados por dentro.
Coreografia - Flavia Piquera
Professora - Flavia Pascutti
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Andréa Vaz, Elza Rissoli, Nanda Vaz, Joice Verroni, Katerine Ossa, Lua Amorim, Marlene Puga, Maura Sulser, Paloma Macchi, Renata Frausto. Theodora Pascutti, Wanderson Correia.

Tientos
Depois da luz do baile, a sombra retorna — densa, feminina, silenciosa.
Entram as mulheres de mantón, unidas por um mesmo segredo. Seus gestos são lentos, seus olhares pesam — carregam memórias, dores antigas, o eco das prisões invisíveis.
Do fundo, surge a bailaora de bata de cola: imponente, rígida, a guardiã das correntes. Ela é a carcereira e, ao mesmo tempo, a própria prisão.
As mulheres se encolhem sob seu olhar, até que a dança se torna confronto — um duelo entre submissão e despertar.
O movimento cresce, as sombras se tocam, e algo se rompe: as mantones se abrem, o corpo respira, e a escuridão se dissolve em leveza.
Ao final, todas se unem — não mais como cativas, mas como mulheres que dançaram suas sombras até transformá-las em luz.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Adriana Zucareli, Aline Martins, Amanda Vilar, Andressa Begido, Angélica de Carvalho, Beatriz Scarlatti, Bianca Alberto, Cláudia Araújo, Débora Verroni, Fernanda Almeida, Viviane Thomé.

Tangos
Garganta con Arena
A penumbra respira.
Mulheres surgem com lamparinas nas mãos — pequenas chamas que tremem, como corações à procura de si mesmas.
Caminham pelo escuro, buscando algo que não se vê: talvez um nome, um amor, uma verdade esquecida.
O som rouco do canto as guia, e os corpos começam a falar onde as palavras não alcançam.
O tango nasce melancólico, profundo, e se transforma em carícia e ferida — mistura de dor e desejo.
Entre passos lentos e olhares que ardem, a sombra ganha perfume, e o escuro se torna pele.
É a dança do que é humano e vulnerável: a voz que rasga o silêncio, a luz que nasce do arrepio.
Quando as lamparinas se unem no final, o palco respira em dourado — como se, por um instante, o amor tivesse vencido a sombra.
Coreografia - Flavia Piquera
Professores: Felipe Mota, Flavia Pascutti e Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Adriana Cayres, Adriana Rodrigues, Camila Ferreira, Elza Torres, Fernanda Matt, Fernanda Ono, Isabelle Dias, Milena de Castro, Patricia Silva, Priscila Alonso, Raquel Sanches, Stella Borges, Talita Meneguetti.

Seguiriya
Do escuro profundo ecoa um chamado — vozes antigas, feridas, sagradas — que cantam em lamento, em língua ancestral, rogando à terra por memória e perdão.
A penumbra se abre em um feixe de luz, revelando os guardiões da pureza, que fazem soar os tambores em toque africano.
O ritmo vibra como um coração que desperta.
Então, das sombras, nascem formas e movimentos.
Ela carrega em si a força masculina; eles, a entrega do feminino.
Corpos que se espelham, se provocam e se confundem — o oposto se torna complemento, o contraste se torna criação.
Entre o som primitivo e a dança ritual, o palco se transforma em território sagrado: a luz e a sombra já não lutam — agora se escutam.
É o instante em que a dualidade se quebra, e o ser humano se revela inteiro.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Percussionistas convidados: Heitor Lobanco e Pedro Lobanco.
Bailaores: Jaqueline Midori, Leonardo Chelegão e Thiago Batista.

Tangos Extremeños
Depois do rito e do silêncio, a luz volta a sorrir.
Dois corpos se encontram no compasso leve dos Tangos de Granada — um dueto que dança com frescor, com graça, com a alegria de quem renasce.
Os passos se tornam brincadeira, o olhar é convite, o ritmo é celebração.
A sombra já não pesa — agora é lembrança, traço que realça o brilho.
Entre palmas e sorrisos, a dança se faz liberdade: a alma respira, o corpo floresce, e o palco se enche de sol.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Felipe Mota e Flavia Pascutti.

Garrotín
Depois da travessia entre a escuridão e a luz, surge o Garrotín: a dança da leveza e do riso que renasce das cinzas.
Os bailaores com seus sombreiros, trazendo nos gestos a graça de quem aprendeu a rir da própria sombra.
O compasso é alegre, provocador, cheio de vida,cada passo é um sopro de liberdade.
Os chapéus se cruzam, nesse simples movimento, os mundos se trocam: o que era luz experimenta a sombra, e o que era sombra veste a luz.
É o jogo da existência onde nenhum lado é completo sem o outro, e a beleza nasce justamente do contraste.
O cante segue, o riso ecoa, e o palco se enche de humanidade.
No Garrotín, o flamenco celebra o que resta depois da dor: a leveza, o humor, e a certeza de que até a sombra pode dançar quando iluminada por dentro.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Beatriz Scarlatti, Carol Rodrigues, Daniela Oliveira, Eliane Moerdaui, Nanda Vaz, Fernanda Ono, Jaqueline Midori, Karina Romero, Leonardo Chelegão, Thiago Batista.
Guantanamera
Depois da travessia entre a escuridão e a luz, surge o Garrotín: a dança da leveza e do riso que renasce das cinzas.
Os bailaores com seus sombreiros, trazendo nos gestos a graça de quem aprendeu a rir da própria sombra.
Coreografia -
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Dançarinos -

Percussão
Depois da travessia entre a escuridão e a luz, surge o Garrotín: a dança da leveza e do riso que renasce das cinzas.
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo

Alegrias
O palco das Alegrias é o amanhecer depois da travessia.
A luz, antes temida, agora se torna companheira.
É o instante em que o corpo celebra o que restou — a vida, o recomeço, o brilho que vem de dentro.
Mas antes da explosão de cor e som, há o silêncio.
No escuro total, surgem abanicos que desenham caminhos de luz.
Cada movimento acende o ar, traçando rastros luminosos como memórias que renascem.
São estrelas em dança, sussurros de esperança, lampejos do que o ser humano pode ser quando se reconcilia com a própria sombra.
Então o compasso das Alegrias se ergue — vibrante, solar, libertador.
O palco se torna um mar de luzes em movimento, onde a sombra já não existe: apenas o reflexo da alma, inteira e luminosa.
Coreografia - Flavia Piquera
Guitarra e Cante - Marcyo Bonefon
Percussão - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaores: Amanda Vilar, Camila Ferreira, Carol Alonso, Emiliana Joppert, Felipe Mota, Leonardo Chelegão, Milena de Castro, Thiago Batista, Veronica Luar.

Bulerías
As Alegrias se despedem em movimento, seguindo o caminho da luz — leves, serenas, como quem reencontrou a própria alma.
Mas enquanto elas partem, a sombra retorna.
O palco mergulha novamente na penumbra: figuras se enfrentam em duelo, trevas contra trevas, forças que se debatem e se confundem.
Algumas sombras lutam; outras apenas observam, zelando pelo que está por vir.
A luz rompe o escuro como um grito de renascimento, e ao som da bulería tudo se transforma.
O compasso cresce, o riso reaparece, e a dança se torna celebração.
Um a um, todos os corpos, diferentes, mas unidos, formando uma só energia.
Não há mais fronteiras entre o claro e o escuro, entre o que teme e o que brilha.
Há apenas o humano — feito de ambas as forças, feito de contraste, feito de verdade.
Porque no fim, todos nós somos luz e sombra.
E é na dança entre elas que a vida encontra seu ritmo mais puro.
Coreografia - Miguel Alonso
Adaptação e concepção - Flavia Piquera
Cante - Marcyo Bonefon
Palmas - Kauê de Oliveira e Carmelo
Bailaora - Flavia Piquera
Convidado - Felipe Mota

Ficha Técnica
Direção artistica e geral: Flavia Piquera
Direção Geral: Kauê de Oliveira
Direção musical: Marcyo Bonefon
Coreografias: Flavia Piquera
Concepção artística: Flavia Piquera, Flavia Pascutti, Felipe Mota, Carmelo, Jaqueline Midori, Kauê de Oliveira, Leonardo Chelegão e Thiago Batista
Musicos: Marcyo Bonefon, Kauê de Olieira, Carmelo, Lucas Vieira, Heitor Lobanco e Pedro Lobanco.
Figurinos: Lunares
Iluminação: Luis Fernando Lopes
Engenheiro de Som: Ly Sarkis
Técnico de som: Marcelo Dejuli
Design gráfico: Tinho Lima e Victor Machado
Produção: Mila Haddad, Leticia Camargo e Thais Cerqueira
Professores responsaveis: Armando Gonçalves, Felipe Mota, Flavia Pascutti,Flavia Piquera, Kauê de Oliveira, Marcyo Bonefon.
Fotografia: Ricardo Boni
Video: Zé Tomaz
Apoio Cultural: Arco Iris, Scavaseg seguros e consórcios, Scala Rio Preto Shopping
Realização: Núcleo de Arte Flamenca Flavia Piquera
Agradecimentos
Primeiramente, a Deus — por me permitir ter saúde para concluir este espetáculo e iluminar cada passo dessa travessia.
Ao meu parceiro de uma vida, que está em todos os momentos ao meu lado sendo o alicersse de todo esse sonho Kauê de Oliveira.
À minha equipe, que vestiu a camisa como se a escola fosse sua, transformando trabalho em entrega e sonho em realidade.
A cada aluno envolvido, minha mais profunda gratidão — porque sem vocês nada disso seria possível. Cada ensaio, cada riso, cada suor construiu esse momento.
E à plateia, que sempre nos prestigia e mantém viva a chama da arte, meu sincero agradecimento por fortalecer a cultura flamenca e latina em São José do Rio Preto.


Núcleo de Arte Flamenca e Latina Flávia Piquera
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